quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sendo.

Com olhos de quem se escondia, sorria.
E quase sempre falava sem parar. Roía a unhas dos dedos que tocam violão e tentava não pensar em cigarros.
Dois meses trás decidiu parar, a um mês e meio, resolver voltar. Resolveu tatuar " Já que sou, deixa-me ser", achou brilhante, mas não sabia o que, nem o quem era... Desistiu.
Chegou perto de comprar um cachorro, bem perto, mas pensou melhor. Decidiu que pararia de roer unhas, mas com isso, passou a fumar o dobro, então, voltou. Malhar seria uma boa ideia, matriculou-se. No primeiro dia viu que transpirava demais, como é cheia de nojos, parou de ir.
Com olhos de quem não queria mais esconder, sorria até chorar e chorava até sorrir. Sorrir de dor e chorar de boba. Tocou violão com unhas curtas, recém roídas. Chorou cantando os amores de Vinicius. Riu lembrando do passado. Calou de saudade. continuou a tocar enquanto pensava:
"Já que sou, deixa-me ser.
  Ser sendo... Sem nem saber o que é.
Se não fosse tão medrosa,
Eu seria o que devo ser, seria o que sou.
 E sendo eu seria e saberia.
 Me permitiria ser.
Mas como não sei, sou o que sou
 sem saber como, sem ser."
Sozinha tão decidida a não ser tão confusa, insegura...
Tadinha, se fechou tanto, que agora vai ser difícil de sair.
Sair?
Pra que sair? Você já é, mesmo sem saber, se aceite e viva.
"Já que é, se permita ser", e o principal, SEJA!

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