quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A Dani e o Du.


Eu estava lá, dentro do banheiro do restaurante, sentada, chorando, confusa. Eu preciso melhor, ele acabaria percebendo e eu não tinha uma explicação pra dar. Mas essas coisas não fazem parte do acordo. E eu sou sua. Merda! Sua.
“Caso alguém se apaixone, paramos!” Trato feito, palavras minhas, minha segurança boba, tão minhas quando essa paixão. O programa apenas começou e eu preciso estar bem, preciso conter essa saudade diferente, essa vontade toda. Preciso ouvir suas histórias, te ajudar com suas garotas, preciso inventar alguma história pra te contar, não posso deixar você pensar que estou só. E depois desses anos todos, aqui estou eu mentindo pra você.
E o que fazer com essa cara de choro? Vou dizer que sem querer esbarrei com o rímel no olho, e que o meu nariz esta assim por causa do desinfetante do vaso do banheiro, que me atacou a alergia. Quando ele me viu, perguntou aos risos se eu estava com dor de barriga,  eu mentalmente, respondi aos prantos que a dor era de amor. E então eu também sorri e contei a mentira. Eu sabia que ele não acreditaria em mim, e ele me obrigou a falar a verdade, então, tive que contar outra mentira.
Nossa amizade sempre foi a melhor, você sempre foi meu diário com pernas, meu melhor amigo, tudo era perfeito. E segundo ele, tudo esta melhor agora. Que somos dois sortudos, por que a gente transa com o melhor amigo. E que essa nova coloração da amizade, nos uniu mais. E Já na casa dele, ele resolveu lembrar da nossa primeira vez...
Ele surgiu na minha porta com duas garrafas daquele vinho barato que tomávamos quando eram adolescentes, na época que aprontávamos juntos. Conversai vai, conversa vem e o vinho acaba, você foi e pegou um whisky. O whisky acabou e eu acordei na minha cama, nua do seu lado. Inicialmente um pouco confusa, achando que tínhamos feito sexo. E isso era muito esquisito, tendo em mente que nunca nem tínhamos nos beijado. Permaneci imóvel até ele acordar. E eu fazendo toda a força do mundo pra lembrar. Então ele jogou o braço em cima de mim e me puxou pra perto, e nisso, eu percebi que você também estava nu. Continuei em silêncio, mesmo me aconchegando. Essa situação excitou a mim e a você, mas não exatamente nessa ordem.
- Du, a gente transou?
- Ainda não!
E me beijou. Eu já conhecia aquele corpo à muitos anos, mas nunca tinha o sentido, não daquele jeito. Deveria ter sido estranho, mas foi a coisa mais natural que eu fiz na vida. Eu sabia de tudo, você sabia de tudo. Eu poderia até detalhar tudo, o carinho, a sincronia, a força, a delicadeza, a brutalidade...
Eu não sabia se estava sentindo tudo certo, eu deveria estar tão tranquila? O Du estava passando os lábios nos meus seios que ele viu crescer, eu estava lambendo aquele corpo que eu acompanhei o crescimento. Eu deveria achar isso normal?
- Deveríamos ter feito isso antes. Por que não pensamos disso antes? Agora somos fodas em tudo!
- Eduardo, a gente transou!
- Vem, vamos de novo!
Dessa vez foi mais forte, mais firme, mais rápido... Mais fundo, mais intenso.
-Edu, a gente transou, de novo.
- É Dani, a gente ESTÁ transando. (risos)
E assim tudo começou, a nossa amizade continuou linda, o nosso sexo é ótimo... Até eu me encontrar chorando no banheiro de um restaurante, entalada com sentimentos que eu não gostaria nem de imaginar, com palavras que eu não gostaria nem de pensar. Eduardo é o meu melhor amigo, eu não posso estragar tudo. Eu preciso conseguir um jeito de virar daltônica pra enxergar menos essas novas cores da nossa amizade. Merda, sou sua!
Ele me conhece a tanto tempo, será que ele não vê que eu estou apaixonada? Não dá pra ver no meu olhar nem sentir pelo meu beijo? Porra Du, eu to perdida aqui!
Eu já estava querendo muito você, querendo meu amigo, meu homem, querendo sexo, querendo parar de ver cores. Mas o trato é “Caso alguém se apaixone, paramos!” Minhas palavras, meu trato. Eu me apaixonei, mas não posso parar, sem você eu não consigo nada.
Eu não falarei nada, não darei nenhum sinal, eu ficarei apenas esperando, chorando em banheiros de restaurantes, tendo esperança que você consiga ler isso nos meus olhos. Porra, Du, meu amigo a anos, vamos se ligar mané.

2 comentários:

  1. Ah Jiuuu! Adoorei caraa!! *--* A história mais bonita de P.A. que eu já ouvi! :D Arrasou!

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  2. E a cada dia que passa eu me surpreendo mais com os seus textos.
    São muito bons.
    Quando vai sair um livro??
    Te amo.
    Beijo.

    http://www.mundodaquelzudah.blogspot.com

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