segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Aos seis anos.

Nessa minha vida, eu posso dizer que só me apaixonei duas vezes. Duas, só duas.
Aquela paixão toda, que faz o coração parecer que vai sair do peito e ir ao encontro da pessoa supostamente amada. Já gostei de alguns, poucos, mal preenchem uma mão. Já morri de tesão por mais alguns. E realmente acreditei que daria certo com uns dois ou três.
Minha primeira paixão foi aos seis anos, se bem me lembro. Gostei dele até os doze anos. A coisa mais platônica que já senti e vivi. Meu primeiro choro por amor também foi aos seis, me lembro muito bem, eu estava no banco de trás do carro do meu pai, sentada no meio. Meu pai estava ouvindo um pagode, a música me tocou e eu chorei. Nem sabia ao certo que coisa estranha no peito era aquela, mas sempre passava quando eu ficava perto dele. Erámos melhores amiguinhos nessa época. Com o tempo a gente se afastou, mas continuamos da mesma turma, e eu ainda tinha cinco horas diárias pra olhar aquele ser lindo. Todo inicio de ano eu torcia pra sentar do lado dele, mas ele era baixinho e eu grandinha, então, eu sempre ficava atrás e ele na frente. Eu me lembro muito bem dele, do cabelo, do sorriso, dos desenhos que sempre fazia, do chiclete preferido, da cor dos olhos, das sardinhas, da personalidade e do gênio forte. Até hoje me lembro do nome dele todo, coisa de criança. O menino que me inspirou o meu primeiro poema, nunca o leu. De certa forma, eu sabia que nunca ia esquecer dele, não sei como eu sabia isso, mas eu sentia. E realmente, eu nunca esqueci, mas na minha memoria, ainda temos doze anos. A segunda paixão foi aos dezessete e durou até os vinte, mas passou longe de ser a coisa mais linda que já vivi, de fato foi a mais intensa, mas não a mais linda. O garoto que me inspirou o texto mais lindo (até hoje) também não o leu.
Eu tive um homem, que com certeza me amou, o mais lindo de todos, que num dia nublado, me consolou de um sonho ruim. O que me olha do jeito mais especial, que me faz realmente me sentir única.  Os outros que diziam amar, eu nunca acreditei, nem por um momento. Homens mentem e a paixão engana. 
Eu já fiquei com caras sabendo que não ia dar certo e insisti só por que eu queria que desse certo com alguém. Já me prendi a caras por puro orgulho, já me desprendi pelo mesmo motivo. Corri atrás de quem eu achava que era o melhor, só por ele se encaixar no meu “tipo”, e já me surpreendi com caras que eu nunca ia querer me envolver. Sou fã do amor desde que me conheço por gente, tenho na lembrança todas as coisas lindas e as coisas feias que esses “homens” já fizeram por mim e pra mim. Mas eu nunca desisti do amor, uma hora ele chega pra mim. Ele esta se guardando, se preparando pra vir lindo ao meu encontro, pra confirmar esse romantismo que transborda em mim desde sempre. E eu vou poder entender, e pensar comigo: Viu, eu sabia aquilo não era amor.
Ou então ele não chega, eu fico velha e amarga, me perguntando por que eu não fui uma idiota vazia, que encontrava o “amor da minha vida” a cada três meses.

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