sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Deitada.

Deitada, respirando alto, respirando fundo. A cabeça esta fazendo hora extra hoje, sem tempo nenhum pra relaxar. A mão esta apoiada no peito, por pura medida de precaução, em algum momento, alguma coisa pode saltar dali. Suspiros. Admite estar com medo, um medo bem grande quase que um pavor. Sente uns nós na garganta, no peito e nos olhos, isso explica perfeitamente a dificuldade de se expressar, de sentir e de chorar. Eu consigo ver tudo daqui.
Ela tem medo da instabilidade emocional dele, da instabilidade que o julga ter. Então ela foge, se justifica e sofre. Por não entender a intensidade, por pisar num terreno onde os caminhos não são conhecidos e principalmente, por não ter certeza se vai conseguir controlar isso tudo dentro do maltratado peito. Quando olha em volta, percebe que o domínio não é dela, que as regras não foram escritas pelo seu punho. Mas mesmo assim ela quer, quer sair por ai vivendo as emoções da vida, a espontaneidade de quem age por impulso... Mas ela não sabe, ninguém a ensinou a ser assim.
Eu olho pra ela e vejo a confusão em seus olhos, sinto o medo nas lagrimas caladas, lagrimas que rolam fugidas, sendo eliminadas antes mesmo que consigam ter a dignidade de rolar por todo rosto. Lagrimas ilegais. Ela não quer chorar... ninguém quer ser fraca aqui.
Respira em silêncio, tenta ouvir o coração bater. Pega o celular, quer ligar... Desiste.
O medo habita o seu coração e ele não consegue entender isso, ela é insegura e ele só piora tudo.
Quer desistir, sumir, fugir de tudo aquilo que faz com que os seus sentimentos e emoções saiam do seu controle. Tudo esta muito confuso, e ela só quer aquele peito pra se acalmar. Quer a calmaria de quem causou o desespero. 

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