sexta-feira, 23 de março de 2012

De verão.

Hoje a tarde choveu. Chuva forte com ventania, e eu estava na rua, sem guarda chuva. Foi chuva de verão, assim como você, veio desestabilizando tudo sem se importar com as consequências, e depois, indo embora como se a sua missão tivesse sido comprida. Ela me molhou e eu pensei em te ligar, seria engraçado se tivéssemos pego a mesmo chuva. Seria romântico do nosso jeito. Mesmo distantes a mesma chuva nos molharia, confirmando assim a nossa eternidade, que pra você teria bem breve fim, mas que eu ainda não conseguir entender. O jeito foi ir pra casa molhada mesmo, incompleta.
Ele se foi e quebrou todo o romantismo que existia em meus olhos, ficaram uns cacos espalhados pelo chão, esses cacos que eu ainda insisto em catar pra me montar de novo. Quando chegou, me montou perfeita, e depois me espalhou em mim. Tem pedaços meus por todos os lados.
Veio me refrescando, molhando a minha terra seca, me trazendo esperança. E eu não sei como me livrar de todos esses vestígios... Todo esse drama veio por causa de uma chuvinha! Agora a boba esta aqui, relendo poesias antigas e pensando onde é que ele deve estar... Já não penso mais se ele ainda pensa em mim, há um tempo parei de desejar respostas que parassem a dor. As coisas são como são e eu preciso aceitar isso. Não há motivos pra ressentimentos, ele me fez bem o tempo todo, mas passou. Passou e eu fiquei, fiquei aqui, querendo ir junto.
Não curto mais os romantismos de antes, eles me causam dor, a dor da ausência, sabe? Era lindo ver os olhos dele brilhando por causa do jeito que eu via as coisas, quando eu falava da lua e das estrelas, das arvores e de como ficava inquieto pra ler logo o que eu estava escrevendo. Aquela chuva acabou comigo, merda!
Estou com uma vontade louca de ligar e perguntar como eu faço pra me montar e, principalmente, ver se realmente ficou com ele aquele me pedaço importante, aquele que segura o corpo todo. Por que de tudo que conseguir juntar de mim, esses montinhos do meu eu, não fazem o menor sentido. Reconheço cada parte, sei que sou eu, mas não sei onde coloca-las. Tem um terço meu em pilhas e dois terços espalhados pelo mundo.
Hoje a noite não tem lua, é nublada e fria... E eu só queria que ele viesse, não que voltasse, mas que entrasse e me fizesse ser quem eu era antes de olhar naqueles olhos e retribuir aquele sorriso.

2 comentários:

  1. Muito lindo esse texto!
    Parabéns por ter esse sentimento todo que você tem e por saber expressá-lo em palavras.
    Beijos.

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  2. Lindão...como sempre...sabe o que eu queria...queria novas cartas...AMEI TEXTOS EM SEQUENCIA....FICO ANSIOSA...mas é bom XD

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